quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

2009


Dancei, sorri, chorei e até pirei!!! Eu acordei tarde, eu trabalhei, eu fiquei de perna pro ar e recebi certificados de sobrevivência!! Eu desafinei, mas cantei alto e no momento certo. Eu dancei e até ritmei como queria a melodia que fosse. Eu me perdi de mim e me achei por ali e por aqui, eu fui onde Deus duvida e onde o diabo gosta. Eu rezei, fiz macumba, eu até duvidei se Cristo existia! Eu comi, eu bebi e eu vomitei o que não digeri! Eu escrevi, eu imaginei, eu exagerei e eu até omiti!! Eu fui e voltei, e depois percebi que era pra ter ficado. E quando eu voltei, vi que o final tinha virado inicio e o inicio, eu vi que foi reinventado! Eu atuei, eu assisti e dirigi cenas de Hollywood. Eu li, eu escrevi e eu folheei as páginas em branco. Eu acordei, eu dormir e não importando o lugar... eu sonhei!! Eu montei, eu desmontei e transformei tudo que me falaram e tudo que eu quis ouvir! Eu amei, eu fui amada e até deixei de amar! Eu adoeci, eu me curei, eu sangrei e eu fui a própria cicatriz!


Feliz Ano Novo a todos, com muito carinho!

Laboratório Vivo


Ela costumava olhar para ele como quem congela o tempo e se perde no espaço. Ele falava que nesses momentos ela parecia uma criança com olhar de travessura, ela falava que em vez disso, ela congelava a cena para descrevê-la em alguns de seus textos. Ela fazia dele seu laboratório, onde gestos poderiam ser transformados em palavras e os sentimentos em contos!

“Não seria uma menina com um livro, seria uma mulher com seu amante.”

domingo, 27 de dezembro de 2009

Um vazio fértil.


Enquanto espero a noite acabar, tranco-me no quarto e espero o dia Clarear. Leio paginas do Pessoa e deixo de existir quando penso! Desfaço a mala e disfarço as mascaras... Guardo os papeis que interpretei durante dia. Visto uma blusa antiga dos Beatles, seleciono musicas e danço com We Have Fogotten do Sixpece None The Richer. Relaxo com os incesos... Faz frio, depois esquenta! Brinco com o isqueiro. Vejo que meus pés estão menos doloridos, quase não os sinto e quase correm de mim! Ligo a TV e vejo os mesmos programas com caras diferentes, as vinhetas vendem mais do que se tem pra comprar, é um saldo negativo para os telespectadores. Procuro mais uma vez o isqueiro, e entre a fumaça no cinzeiro e a e o denso do pensamento, escrevo!

Ainda sei falar das inquietações.


Se já prestasse atenção em mim, viu as rugas expressivas da pouca inquietação que me despido ultimamente. Percebeu os passos que por vezes arrastavam-se, e hoje, serenamente flutuam. Notou que meus olhos já não refletem medo, eu simplesmente fecho os olhos pro que vejo e os abro quando imagino! Viver no mundo que crio me permite contracenar com as minhas verdades e minhas fúrias. E já que acabo de tocar em feridas, minhas fúrias estão mais invasivas e as cicatrizes mais notórias. Mas não deixo de sorrir na esquinas e não esqueço as noites que tive com glória! No meio de tudo, “eu me nego a mastigar teorias.

sábado, 26 de dezembro de 2009

O tom agudo de uma palavra.


Tenho momentos que minha vontade é de ficar exatamente como se está! De penetrar o mais fundo no mergulho das palavras. Tenho a necessidade de escrever, e tentando se perder na idéia, vou na infatigável disposição de imaginar. Essa forma de deixar fluir a mente, chega acompanhada muito além de meras palavras com significativos. Escrevo como se acompanhasse o acode da melodia que surge dentro de mim, e que sai soando sentimentos. E nas horas que decorrem o texto, me fascino pelos intervalos entre o que me chega a idéia, e no que me foge o contexto. Transmitir o sentimento por de atrás do sentido da palavra, é como dedilhar as notas devagar e saber o exato momento de desafinar.

Sim


Aceito a idéia de ser chamada de mocinha. Aceito receber rosas vermelhas, amarelas, Claras e quem sabe uma multicor de pétalas numa noite especial. Aceito acreditar que hoje, existem pessoas românticas para sentimentos solitárias. Aceito escrever sobre essa fantasmática sensação de amar. E aceito a idéia de te abraçar e saber que voltei para casa! Aceito te ouvir tocar minhas letras e a partir de então, tornar você parte delas. Aceito escrever sobre essa incrível historia. E por fim, aceito a solidão de ser só dois!

“Vem sem chão, me ensina a solidão de ser só dois!”

Presente de Natal


Organizei o vestido e testei as luzes de natal. Faltava embalar o presente da tia Julia e dos gêmeos Helena e Heitor. A árvore ganhou um tema diferente este ano, resolvi decorá-la com Gnomos fantasiados de papai Noel com tons de laranja e verde. Gosto do Natal! Presenteamos sempre os amigos queridos como forma de agradecimento pela lealdade. Montamos a ceia sempre muito colorida e muito alegre. Admito que o peru não faça muito o meu gosto gastronômico, mas como a cerimônia tem que está perfeita, então que venham perus, bacalhaus e Papais Noéis. Confirmei as musicas e este ano eu que gostaria de a toda a trilha sonora de quebra nozes. Assisti há um mês à peça e me encantei com harmonia das melodias. Convidei velhos amigos e alguns conhecidos simpáticos. Seria muito triste não ter este ano a ilustre presença da minha irmã mais velha, ela casou e faria uma ceia para seus convidados em sua casa. Perto das nove horas, vesti meu vestido branco e prendi meu cabelo com um laço vermelho. A noite começava ao som de Jingle Bell Rock de Bobby Helms e a luzes piscavam! Olhei a janela e vi uma estrela descendo, abrir a porta de casa e havia uma caixa embrulhada com um cartão:

É preciso está ao lado de grandes amigos para perecermos que os melhores presentes de Natal, guardarmos sempre em nossos corações!

Desejos a todos sempre bons amigos e muitas recordações!

Feliz Natal

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Um Samba Dela


Poderia ser mais um texto, desses que eu falo muito e pouco se pode compreender. Francamente, não era o meu texto favorito e nem o sentimento mais leal. Não queria transformar aquelas palavras nem em um poema e nem em prosa. E sinceramente, eu já havia esquecido que ele falava de samba e que ela falava de amor. Escrevi o que o instante me possibilitava sentir. Não imaginava no que futuramente ele se transformaria. Aí, veio um mocinho, desses que a gente encontra em letras de Los Hermanos, e sorrateiramente faz das minhas palavras, canção!

“Canta o teu encanto que é pra me encantar. Canta para mim, qualquer coisa assim sobre você. Que explique a minha paz. Tristeza nunca mais”

sábado, 19 de dezembro de 2009

Mentira!


Se você quer saber se ainda lembro do nosso primeiro beijo, não lembro nem do gosto. Se ainda ando por nossas ruas, esqueci os endereços. Se ainda sinto falta do nosso dia, esqueci até as datas. Quando foi mesmo? Se você leu algum poema, nenhuma metáfora foi sobre você. Se você acha que ainda me dói, eu já curei as dores! Se você gosta de me ver de longe, já não penso em você nem de perto! Se você ainda se surpreende... Eu ainda te amo!

Há alguma verdade nessa mentira!

Eu faço amor, Eu sou um ator!


Prometi títulos, prometi um texto sobre a noite de hoje e prometi nunca deixar de escrever! Eu falei que hoje o titulo seria, “eu faço amor, eu sou um ator!” E argumentei que os títulos é que são importantes! Jurei que mesmo depois de muitas cervejas, eu ainda iria escrever sobre os 10 mil anos atrás. E prometi que me esforçaria ser um sujeito, que por ventura, faria tudo normal! Professei que perdoaria todos os Judas, mesmo ainda amando Lucas, Pedros e Paulos! Duvidando do amor por Cristo! E fui mais além... Ao lado do medo da chuva, cantei sendo feito do fogo, da água e do ar! E ainda neguei cantar que quando amei, amei apenas uma vez, pois quando eu jurei meu amor, eu traí a mim mesmo! Prometi que nessa noite, eu falaria do Gita, não como o Bhagavad, mas como o Tudo e o Nada! Eu prometi que mesmo eu estando em você, você já não, nunca mais, sem duvida alguma, estaria em mim!


"Os meus fantasmas são incríveis,fantásticos, extraordinários!! Se fantasiam de Al Capone nas noites que tenho medo de gangsters. Abusam de minha tendência mística, sempre que possível... Os meus fantasmas transformaram a minha solidão em vício. E minha solução em status quo... Faça Fuce Force, não fique na fossa... Feliz por saber que só sei que não sei. Q quem sabe não fala, não diz... Vida, alguma coisa acontece! Morte, alguma coisa pode acontecer! Que o mel é doce, é coisa que eu me nego afirmar... Mas que parece doce, isso eu afirmo plenamente!!" (Raul Seixas)
Sobre o show de Raul

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Meu Patuá


Pelas minhas mandingas, invento a minha sorte! Faço as minhas figas e protejo-me das más línguas. São trevos, elefantes, ferraduras, um mar de patuá. É assim que caminho com descaso na maioria das vezes. Visto-me da pura sorte e protejo-me principalmente de mim mesmo. Um sem fim de amuletos é preciso para fechar um corpo que por rebeldia, teima ser um livro aberto! Junto a eles, carrego comigo sempre um preparado de ervas, isso perfuma mais que meus caminhos, incensam meu pensamento. Algumas são arrudas, outras cravos, e o meu favorito, flores de Lírios. As cores que o colore, é sem mistério, o segredo da minha mandraca... “Em Cada Cor Diferente Que Tente Me Clarear!”

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Entre o ócio e a vontade.


Não estou pra ninguém se alguém chegar perto. Quero ver o céu, e não quero pensar porque ele é azul. Quero comer algodão doce e misturar destilados. Quero ficar em casa, ouvir musicas e ver cenas de filmes. Quero sentar no meu tapete vermelho e rever os meus troféus. Folhear antigos diários e as fotografias. Se alguém tocar a companhia, vou aumentar o som e farei de conta que não estou. Quando alguém chegar perto de mim, vou fechar os olhos e imaginar outro lugar, um lugar onde eu possa passar despercebida. Quero abrir um vinho, mesmo que seja apenas por uma taça. Quero sentir o gosto enquanto descubro musicas novas e penso em outras vidas. Não estou pra ninguém, quando alguém bater à minha porta!

Sendo eu


Eu não posso perder minha identidade, essa que poucos conhecem e essa que nunca escondo. Não posso esquecer os meus passos, esses que não me deixam parar e esses que tropeço quando paro. Não posso esquecer a minha voz, essa que desafina quando choro e essa, aguda quando narro. Não vou esquecer as minhas pérolas, essas que entrego aos porcos e essas que me vestem quando mendigo! Não posso contar a minha historia, essa que conto ou talvez, essa que imagino. Não posso perder o ritmo, o mesmo que me movimenta, esse que sigo. Não posso olvidar os meus sentimentos, esses que me iludem e esses que rimo.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Hoje é dia de Maria


- Malu, pega pra mim um vestido amarelo de Mary?

- Qual esse?

- É! Esse mesmo, ele é lindo não é?

- Lindo ele é sim, mas é meu!

Perder a identidade é uma coisa que está fora de cogitação nesse quarto. Muito pelo contrário, personalidades são uma das coisas em demasia! São três Marias, cada qual com um M diferente! São três figurinhas cada uma com diferentes sonhos e perspectivas singulares. São mais que três meninas super poderosas, é mais que as três sobrinhas do tio patinhas, são verdadeiras “patolinas” perdidas na Terra do Nunca a beira de um surto fiel de amizade! Seguindo uma lógica decrescente de sanidade... É melhor esquecermos essa parte, vamos começar de novo! Se fossemos seguir uma linha direta de personalidades, classificar características e denotar os adjetivos de cada qual, entenderíamos, aquilo que Raul tentava explicar com inicio, meio e fim! Ou mais, abordando tal dimensão, se reconheceria aquilo que nem querendo se conseguiria esquecer! Se existe uma Malu, é a casula do trio! Mimada seria pouco, alem de birra, ele faz questão de deixar claro quem melhor simula, ou dissimula seria o termo apropriado! Eu costumava acreditar que eu possuía o dom de desordem, o fim, a destruição, a própria Shiva, até reparar bem no caos da terceira personagem. Hoje me contento com o meio, com a responsabilidade de equilibrar a insanidade presente no quarto. Contento-me a ser a mãe, o pai e em muitos, a filha mais velha no auge na rebeldia! E por fim, e não menos importante, chegamos à burrinha dos contos de fada, às perolas que não se jogam a quaisquer porcos, à princesa que precisa que alguém desenhe para poder fazer entendimento do acontecimento real dos fatos. Inclusive, deixo desde já que essa ultima frase, assino em baixo, ela não entendeu nem as vírgulas. Talvez, este seja o segredo das Três Marias, misturar as essências e transformar a originalidade de cada em uma única e forte particularidade, a diferença de aceitar o que cada uma tem de melhor!

...Amiga, num é pouco não, é muita criatividade!!

Não sou a vontade que dá, e passa...


Sentir vontade! Eu sou um pouco diferente do que você está acostumado. Eu tenho um pouco à mais de mimo. Eu sou aquilo que você não encontra barato. Não espere que eu esteja na segunda rodada da cerveja! Não vou está pronta pro seu tempo, e nem vou ser o seu tempo certo. Não ache que eu seja o acréscimo do segundo tempo, eu sou um pouco mais do que isso! E só quem sente fome, sabe o desfrute do prato principal. Sentir vontade! Só quem cobiça a paciência, devora o meu tempo!

Eu senti a tal vontade... Passou e foi!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Roubando a atenção


Isso não é um pedido! Mas quando ele chegar vai passar segurança. Vai segurar na minha mão e vai dançar todas as canções que eu quiser. Ele vai vir com as mãos cheias de flores, porque saberemos que o clichê faz parte da cena. Ele vai falar baixinho em meu ouvido apenas por charminho, e eu vou lembrar daquilo como um sigiloso momento. Quando ele chegar, vou reconhecer o cheiro e a melodia. Vou saber onde procurar quando sentir saudade e aquele mês vai durar mais do que alguns dias. Ele vai ler o momento certo para me beijar, e eu não vou assustá-lo! Vou achar antes de encontrá-lo. Vou sorrir antes de abraçá-lo. Vamos caminhar por um quarteirão até entender que já fomos longe demais, e que agora é hora de ficarmos juntos. Quando ele chegar, eu estarei sentada esperando-o e ele vai sentar ao meu lado como se fosse a primeira vez. Passaremos uma noite inteira como se fosse nossa, controlaremos o tempo, o vento e a lua. E quando chegar a hora dele partir novamente, ele vai me fazer um pedido. E novamente vai chegar ao meu ouvindo, falará baixinho algumas poucas palavras que me desconcertaram. Sorrirei olhando para baixo, olharei para ele e iremos embora, mas dessa vez, juntos!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Nº 100


Reconheço que imaginei inúmeras formas de como começar este texto. Se eu escreveria os originais poemas em prosas, se construiria em forma de conto, ou ainda, se renovaria com uma boa crítica. Resolvi então começar como comecei: Bagunçando! Chegamos ao numero 100, e acho que estou indo bem. Fui descobrindo como conectar os textos e prender as harmonias. Como me livrar do egocentrismo de todo autor e personalizar o formato. Em cada frase e em cada Maria que imaginei, tentei deixar o mais Claro possível de mim, e o mais Lírico da Clara! Conheci pessoas normais, e leitores louros! Inventei Luízas e me obcequei por Esquinas. Descobri que adorava imaginar! E como refúgio, eu vivi as páginas em branco pouco me importando se havia pessoas que compreendesse o que eu escrevia. Eu queria o contexto, eu queria a transformação... Engoli as palavras, e vomitei! Vomitei a idéia de misturar as ordens, confundir os mundos, ridicularizar a gramática... De desconcertar as idéias! Coloquei além de vocábulos arriscados, cores atrevidas! Imagens ternas e figuras ásperas! Não poupei exclamações e questionei as interrogativas. Fui frígida no minutar, fui podre na malícia!


Para as 100 Marias que esteve em mim, para as 100 Claras frases que escrevi, aos 100 Claros sentimos que explorei e às mais 100 Líricas que ainda estão por vir!

Me encontro Clara e azul.


Ando mais autônoma, estou sujeita apenas as minhas vontades. Comprei um bilhete para a disposição e o singular desse momento é que independente de qualquer fator, estou em constante inconstância. No entanto, a leviandade é encarada com uma seriedade antes nunca vista, ou vivida! Descobri que caminhar só é bom pra alma, e meu espírito se encontra mais saudável. Estou perto de mim, e longe do eu. Um dia desses fui ver as ofendas de Imanjá, e por incrível que parece, minha cidade é de Oxum! Fiquei maravilhada com o branco descendo na avenida principal, como as ondas do mar combinavam com o azul vestidos pelos tantos filhos da Senhora. Havia danças de capoeiras, ou como melhor definir, um belo jogo de pernas! Descobri de sou esposa de Xango, e me emocionei. Outro dia, escolhi a cor nova da parede do meu quarto, fiz meu primeiro suflê e estou na véspera do meu texto Nº 100!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Um tempo que foi, e eu fiquei!

Fecho os olhos. O cheiro da brisa chega, vou vagarosamente vestida pelo ritmo, um bumbum que só as ondas quando quebram conseguem soar, além de você. Fecho os olhos e percebo que se foi o tempo em que eu podia concordar com você. Aquele ritmo realmente lembra o mar! Fecho os olhos e vejo que não posso mais te falar que é a maresia que tem teu cheiro. Que foi você quem leu os meus pensamentos e fez-me viver o que só acreditava em sonho. Fecho os olhos e o alivio que eu deveria sentir, foi embora quando a musica silenciou. Percebo que já não posso mais te falar o quanto dançávamos bem, juntos! Que você não vai mais poder ouvir de mim que na minha casa, você me fazia de turista. Não reconhecia os caminhos quando você decidia ir comigo, e até achava aconchegante redescobrir tudo de novo. Fecho os olhos e sei que ao meu lado, nem o sorriso, nem o molejo, talvez, nem o perigo estão comigo. Porque fui deixar tudo passar sem contar a você que independe dos erros, nós acertávamos quando estávamos juntos...


Eu acho que me apaixonei por você, quando você foi e não pode mais voltar.


Estudante do Tempo

Preciso de uma ciência que me ensine a esperar. Que me oriente onde guardar os tempos, onde esquecer os segundo, onde desfazer o agora! Alguma que instrua faculdades de esperanças. Que me dê como base qualquer noção sem precisar das declarações. Não quero ignorar a demora, quero apenas respeitar o tempo.

Meu tempo não é quando...

domingo, 6 de dezembro de 2009

No Palco da Vida


Nessa historia que começo a contar, falo sobre uma bailarina, não como essas de quebra-nozes e nem de lagos de cisnes. Essa não usava sapatilhas, dançava com os pés descalços e empoeirados, e flutuava a centímetros do chão. Vestia meias encardidas, desfiadas pelo tempo. E usava uma saia roda, com flores bordadas que pelo parecer da imundice lhes dava um ar de desflorada. Seus cabelos soltos e curtos, bem emaranhados por tranças soltas de cor castanho Terra. Uma bailarina de comportamento singular, pois de plural apenas os fartos seios, que com belos decotes, lhe soava propositalmente mais como esquecimento da decência do que por posturas de poucas-vergonhas. Olhar curioso, que no passo da dança era acompanhado por um sorriso indecente. Mas bem, agora que já delineie a personagem, voltamos ao curto conto. Era uma vez uma noite quente e estrelada, na qual a moça, que por educação aos leitores lhe denomino assim, resolveu por capricho em vez de bailar La valse ensaiada, quis dançar em outro ritmo. Disse, que pelo pouco que ganhava e pelo quase nada que comia, Ballet algum resistia a um compasso frio, em terras quentes. E foi com esse pretexto, que pela primeira vez se viu bailarina em vez de leve, pesar conflitos. E em vez de valsa, saltar com Sambas!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Minha Ecologia


Quero que todos os Deuses nunca me abandonem quando eu sentir que a hora de voltar se aproxima. Que Eles estendam os tapetes vermelhos, que saibam que agora eu volto mais forte. Espero que as ecologias mais resistentes transformem meu ser. Que nos caminhos que eu traçar, Eles encontrem grandes pegadas de elefantes, que os ares que eu tomar, seja os mesmos de verdadeiras aves de rapina. Que eu alcance o meu alvo com a mesma velocidade que ágeis guepardos. Que eu encontre forças para aceitar o perigo, nascendo em mim olhos de corujas. Que as cores em mim seja tão multicor quanto às de penas de araras. Que eu tenha a perspectiva das coisas e saiba o exato momento de me camuflar como iguanas. Que meus rivais, vejam em mim a astúcia de uma falca-coral. Que as minhas garras sejam tão resistentes quanto a de um leão. Que eu suba tão alto quanto os pássaros. Que eu conviva em selvas de pedras, mas que nunca esqueça as minhas raízes. Que o lagarto tatuado em mim, contorne todo meu corpo, guie minha alma e esfrie o meu sangue.

Desistir, nunca! Sobreviver, sempre!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Aos poucos, me padeço com a vida, sobrevivo com a morte.


Meu coração adoece. Ainda que por pouco caso, ele bate pouco! Lento, já sem palpitação para grandes emoções, espera calado, quase acomodado. Minha coluna agora, não ergue mais meu corpo, há muito tempo, nem minha alma. Das vértebras que me suportavam, agora só os espinhos que me alfinetam edificam-me! Dos escuros olhos, a córnea frágil hoje, turva a visão. Limitando-me assim do que quero ver. Nem a luz que em antes me Clareava, nem pupilas que antigamente dilatavam-me. Para meus olhos, ver é algo que nem sempre quer dizer acreditar! A gastrite que já não digere o que engulo, inflama meus pensamentos e corrói o que vivo! Padeço os dias e guardo como prêmio, as palavras que me narram.

Há instantes que me cansam.


Depois você desaparece. Deixa-me somente as desculpas sinceras. As mesmas que duram o tempo suficiente para magoar-me novamente. E o que sobra dos seus pretextos são os perdões vergonhosos, que me fazem atraiçoar, me fazem contradizer e que me fazem cansar. Não queixo da solidão, pois faço dos meus dias um samba e das minhas noites, companhia! Não queixo, do mesmo modo, a espera. O tempo corre, não espera! E não são as horas que faz o meu tempo, são os instantes. E me fascino pelos instantes, logo, posso me apaixonar enquanto espero. Quando peço pra não deixar-me só, não é escuridão que me amedronta, é a idéia de descobri um novo instante.

domingo, 29 de novembro de 2009

Uma designer chamada MaryEllen


Ela chegou logo rabiscando as páginas, puxou um traço ali e repetiu as linhas. No meio dos rabiscos a página já não tão Clara assim, utilizou das cores primárias para sabotar o preto e branco. E das mais simples cores, refez sentimentos e criou confianças. Chamou isso de Design! Recriar, construir, objetivar sentimentos era o tal do Design. Pra mim era arte! Só pessoas delicadas poderiam ser capazes de inventar cores tão vivas. Admito que com o tempo, a gente se afeiçoa com os entretons e brinca com os exageros. Extrapolar as idéias e abusar das formas é um design marcante na personalidade dessa moça. Ela não delineia o esboço, ela cria mais que oscilações nos desenhos, ela definitivamente dança na arte final!


ps: Um texto para uma designer, uma companheira de quarto, uma amiga, uma irmã, enfim, uma macaca!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Quando vocês alcançarem a maioridade.

Para comprar briga comigo é preciso mais que gírias fáceis. É preciso mais que um estilo que está na modinha. Conduzir palavras sem boca ditas chega aos ouvidos certos como gracejos vãos. Para comprar uma briga comigo, é necessária mais que armas de guerra e armaduras de peso. É indispensável uma personalidade autêntica, com palavras concretas com tons afinados. Não espere uma reação minha, se a ação não compensa. Iniciar uma batalha é necessário maioridade. É necessário ter punho não para segurar uma artilharia, mas pra segurar a palavra no ato. Segurar o “isto”, o “aquilo” e o mais atroz de todas as lanças, o “fui eu quem disse!” Não digo que ainda sejam preciso alguns conselhos, noves-fora, astúcia e audácia basta. Só não se esqueça de um bom dicionário, não costumo descer o meu caráter e nem assassinar a gramática!


"Aos meus inimigos, diga apenas que eu não presto!"

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

RG: 3141217


Se não se encontram as digitais, não são as mal formadas linhas que são impressas, é a charada de uma identidade cuja personalidade ainda se contorna enigmática. E por pretexto, deixo as pistas da delinqüência que cometi. Não me esquivo da cena do crime, não possuo polegadas que me inculpem. Por isso faço, por isso nego, por isso passo! Muitas vezes esqueço a identidade que me despida. Um rosto jovem que já não reconheço, os olhos negros que me escurece a face e os cabelos longos que me escorrem. Meu Registro Geral não generaliza fácil, não me distingue, pois me mascara.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O amante vazio.

Gostaria de escrever sobre o vazio entre os lençóis. De como as noites andam se comportando de forma nostálgica. Expor que é preciso mais que cobertas, são necessárias também verdadeiras escalas de fahrenheit para medir o absoluto grau da solidão. O frígido da cama não congela o gosto, ele requenta uma pretensão. Já não desfaço a cama, nem troco os lençóis. Não atraso um sono e nem adormeço antecipada. Já não rezo antes de dormir, mas lamento as luas. Dia após dia a torno mais vazia. Não culpo as noites, mas condeno os meus dias. “Enquanto ela dormia, fiz a canção.” Eu sonho acordada... Adormeço e desperto!

“Eu faço samba e amor até mais tarde e tenho muito sono de manhã.”


sábado, 21 de novembro de 2009

Lu .. Iza


Luiza, ou como era conhecida, Lu, não era o biótipo de menina da noite, gostava de saias floridas com comprimento até o joelho. Lia muito sobre poesia e tinha um ótimo gosto musical. Lú duvidava da astrologia, entretanto lia com freqüência enquanto fazia compras. Acreditava em amor à primeira vista. Disse bem, acreditava! Aos 19 engravidou do seu segundo namorado. Ele falou que ia viajar pra cidade natal, contar aos familiares a novidade e não voltou. Sete meses depois, escorregou do degrau da escola, deslocou a bacia e perdeu Eduarda. Iniciou a faculdade de química e descobriu que não entedia de química alguma, pelo menos a periódica. Teve muitos namorados. Ficou noiva por três anos. Marcos era legal, compreensivo e a apoiava. No ultimo ano juntos descobriram que ele era gay e decidiram morar juntos e abrir um bar. No toalete tinha: Eles, Elas e Todos! Com vinte e sete anos, viajou pra Pipa e descobriu que gostava do urbano. Voltou para casa e encontrou contas atrasadas. Marquinhos foi embora com um tal de “Tinho” e deixou um bilhete dizendo, “você foi a mulher da minha vida e o empreendedorismo que mais me rendeu, o bar é teu!” Pintou o bar de cereja, decorou com uns quadros e artes bem coloridas, espalhou panfletos e reformou o bar. Gastou mais do que podia, devia 16 mil ao banco. Pensou em largar tudo e voltar pra Pipa. Reabriu o bar com o nome de “Just Like a Woman”. Para sua surpresa, a freqüência de heterossexuais foi maior. Num domingo pesado, por volta das 4h55min, entra um homem, ascende um cigarro e pede um Domec. Ela o viu só, sentiu um frio na barriga, entrou no banheiro, lavou o rosto e cantou, “Fundamental é mesmo amor, é impossível ser feliz sozinho”. Chegou aos 28 anos com uma divida paga e sem medo dos 30. Conheceu um gringo. Hoje, conhecida com Iza, não usa unhas vermelhas e ainda não fez uma tatuagem. Gosta de prender os cabelos com duas tranças raízes. Um tanto meio fora de moda, mas ficam engraçadas no final da noite, as mechas caem na media do ritmo da noite. De uns tempos para cá resolveu deixa a cor natural dos cabelos, ela cansou do chocolate apimentado. Anda de bicicleta no centro da cidade e está pensando em comprar um carro para poder viajar com o Gustaf. Tem um Dog Alemão chamado de Garçom, que por noites frequenta o “Just Like a Woman”. Descobriu que tem outro irmão que mora numa cidade litorânea e é médico. Aos vinte e nove anos, adotou uma menina que a ajudava limpar a calçada do bar de manhã cedinho. Descobriu que ta devendo 6 mil de imposto de renda. Ela cresceu e não percebeu que agora tinha que fazer essas coisas. Perguntei o que ela achava se eu escrevesse uma ficção sobre isso, ela disse, “não se esquece de falar que no meu bar só toca bandas femininas!”

domingo, 15 de novembro de 2009

Uma noite de marionetes.

Te ver é fácil! Passo a vista por cima, lanço um “oi” rápido. Em algumas encenações, como aquelas em que a noite seria de muitos aplausos, chegamos até a contracenar em um abraço amistoso. A noite está apenas começando e muitos atos ainda estão por vir. E pelo parecer da interpretação estamos bem ensaiados. Com o nervosismo o que é normal pra estreantes, cometo alguns vacilos e deixo a platéia perceber o impasse errado. Mas nada que a emoção não controle. Em peças desse gênero, ainda não estou habituada.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Aproveitei o contratempo.

Sem jeito, ele pedia apenas que ela economizasse nos detalhes. Ela ria com uma pureza tão constante. Aproveito-me desse momento para escrever querido leitor! Tão apaixonados... Foram então os primeiros dos inquietos sentimentos da juventude. Entre acusações infantis e promotorias publicas, era uma estória de amor! Ela me contava os detalhes do momento importuno em que ele assumiu a vontade de tê-la! Cabisbaixo, com um sorriso de lado, concordava entre algumas linhas, discordava com algumas vergonhas. Perdoe leitor, aproveitei-me do instante! É raro amores assim. Nunca tive um, inclusive! Voltando ao constrangimento de amar pela primeira vez... Foi uma atuação impecável até a mocinha concretizar o sentimento. Ele meio que perdido, flutuava entre as nuvens e se embebedava de vontades. Aproveite-me leitor para transformar um romance em conto de ficção! Mas desde mão garanto, não é tão fácil imaginar estórias como essas numa noite de quinta-feira, uma e meia da madrugada!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A insustentável leveza do "Amar"


Para escrever sobre os amores que tive, precisei concluir o bacharelado em letras apagadas. Foram muitos! Mas não por indecência minha, me apaixono pelos instantes. Não conto os amores, eu conto as aspirações, e em cada um deles amei verdadeiramente. Fui um pouco deles e antes de deixá-los, deixei em cada um deles um pouco de mim. Guardo em mim tudo que ainda posso lembrar. Minha memória é fraca, contudo isso não quer dizer que esqueço os instantes, mas guardo deles o que uma seletiva memória ampara suportar. Assim como veio muitos amores, muitos se foram! Às vezes em mim, acho alguns persistentes. Com estes sim, preferiria esquece os instantes e só lembrar o que poderia esquecer. Os que vão rápido da memória foram com certeza os mais intensos. A intensidade é sempre breve. E o breve é sempre prazeroso, capaz de se perpetuar. Em conflitos, me pergunto se amei a todos. Amar é fácil, principalmente quando você se envolve com o tempo. O tempo, inclusive, é o melhor de todo os amantes! Só ele chega na hora certa, só ele acaba na hora exata!

“Quero amar... Quero amar não sei a quem, a mulher que vive bem ninguém vive sem amar.” (Chico Correa)

domingo, 8 de novembro de 2009

Retração

Sou impulsiva! Talvez essa seja uma característica que admiro em mim. Pra alguns, isso é perigoso, agir por impulsividade em outros olhos é como fazer sem pensar. Pra mim, é conseqüência de uma insuportável vontade. Em muitos instantes, sou pacifica em algumas batalhas, rendo-me com bandeiras brancas na impulsividade de cessar conflitos. Não entenda certas atitudes minhas como impensadas. Aprendi a viver o hoje sem medo sofrer. Calejadas vontades dói mais que marcas cicatrizadas. Para onde vou com minhas vontades é o que quero descobrir. Tenho pensado muito em coragem, mas pouco tenho falado sobre ela. Algumas vontades poderiam ficar caladas, silenciadas, poderiam ficar guarda em mim como uma coisa reprimida. Mas essa falta de coragem me sufoca. Sei até onde posso ir, e por essa impulsividade, passa a existir alguma coragem de tentar. Porém, se tal coisa não fluir, por impulsividade, chuto o balde e corro pra outra!

Silenciar algumas vontades é de certa forma admitir negá-las.

Domingo


Vou voltar a ver um filme. Quem sabe algo surpreendente toque minha campainha. Quem sabe a pipoca acabe e eu precise descer até a vendinha. Ou melhor, quem sabe eu sinta sede e volte a beber Guaraná Brama. Vou escolher um filme bem colorido e vou apagar todas as luzes. Mas quem sabe o preto e branco me Clareia mais a mente. Não, não! Não quero Clarear esse domingo. Quem sabe eu assista ao filme no laptop e adormeça na cama. Quem sabe eu vá pro sofá e desista de assistir um filme. Tenho manias feias de deixar tudo pela metade. Quem sabe na poltrona eu leia quadrinhos enquanto passar os créditos do filme. Directed by: God! Enquanto o filme passa, olhos os minutos que falta. Não que o filme seja desinteressante, mas resta pouco tempo para o desfecho. Será que eles voltam a se ver? Nessas horas, escolho filmes que já assistir, posso me desconcentrar enquanto o filme roda. O filme acaba, e nem o interfone tocou. Troco de roupa, coloco o pijama, ligo a TV e abro uma cerveja.

Música da vez: Lelê


"Lelê, porque tu foi embora?/ Porque me deixasses aqui?/ Ah Lelê, eu penso em tu toda hora./ Tu nunca me deixou só/ Tu nunca me deixou sem/ Tu me enfeitava de flor, Lelê/ Me chamava de meu bem./ Me deu estidinho branco/ Deu sandalhinha de couro/ Ai, Lelê, se tu não voltar,/ Eu juro que de saudade eu morro./ De noite faz tanto frio/ No peito espinho de palma/ Não me peça pra ter calma/ Não me peça pra ter calma/ Vou assanhar meus cabelos/ Vou borrar o meu batom/ Vou batucar no terreiro/ Te xingar fora do tom."

Chico Correa

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Pra quem atira a primeira pedra!


O tempo que me sobra me falta palavras. Perguntam-me como andam as minhas meticulosas letras. Em tempos penso em voltar a escrever, falar sobre os vazios que preenchem almas. Falar sobre o branco que assisto, a angustia que me entorpece e um desalento do próprio cotidiano. É uma calmaria que por noites me sufoca, por longos dias me enfada. Preciso de movimentos! E não adianta os sapatos que calço, as calçadas que trafego. Os semelhantes caminhos que ainda me perco. Ando onde me decorrem os medos, onde as palavras soam sem bocas ditas. Caminho por tempos que não me deixa só, a inquisição julga outra vez a minha história, julga meus pensamentos, julgam projeções que não sou.

Tirem as mascaras, revelem-se! Não queimem em suas próprias fogueiras, enquanto eu planto os meus princípios!

domingo, 1 de novembro de 2009

The End, Como Nos Filmes!


Quando eu apagar as luzes, entenda que o espetáculo acabou. Que a Claridade que me formava, resumem-se as pequenas frestas de luz. Quando eu apagar a luzes, não respeite somente a escuridão que me venda os olhos, poupe também os sons, os tons, os agudos que desafinamos. Eleve os sentidos, se habitue às lembranças, relembre os objetos, ande devagar, palpei mais o que te rodeia. Quando eu pagar as luzes, evite esbarrar com algo que possa te ferir, andar no escuro é perigoso. Quando eu apagar as luzes, vou adormecer mais rápido e você vai despertar mais sereno. Guarde consigo a Claridade que já conheceu, quando eu apagar as luzes.

sábado, 31 de outubro de 2009

A woman left lonely


A woman left lonely will soon grow tired of waiting,
She'll do crazy things, yeah, on lonely occasions.
A simple conversation for the new men now and again
Makes a touchy situation when a good face come into your head.
And when she gets lonely, she's thinking 'bout her man,
She knows he's taking her for granted, yeah yeah,
Honey, she doesn't understand, no no no no!
Well, the fevers of the night, they burn an unloved woman.
Yeah, those red-hot flames try to push old love aside.
A woman left lonely, she's the victim of her man, yes she is.
When he can't keep up his own way, good Lord,
She's got to do the best that she can,
yeah!
A woman left lonely, Lord, that lonely girl,
Lord, Lord, Lord!

Janis Joplin - A woman left lonely


Esquina III


Eles se admiraram, e nesse instante, uma densidade de paz se consolidou ingresse a olhares perdidos. Ela reconheceu naquele olhar o preciso baque de ver a si mesmo. Correu em pensamento na fração de segundos, o reflexo da liberdade de provar o intenso momento. Antes mesmo de cruzar a esquina, prontamente ressalvava no ar uma possibilidade de impossível. Uma fronteira para surpreender-se com a imaginação. Ela deparou com ausência da vivacidade no olhar daquela pessoa a sua frente, o mesmo vazio daquela madruga fria. Confrontou-se com mesma solidão do orvalho da manhã. Degustou através somente de um olhar, o gosto amargo do café da manhã. Ela cruzou a esquina e encontrou numa ilusão azul de olhos perdidos, a vontade de seguir adiante. Ela estava atrasada demais para reviver um passado mais que antigo.

Ele velozmente sentia a frieza da manhã que adentrava pela janela do carro. Penetrava ali, não apenas a melancolia da esperança calada, ou a calmaria que afligia a tranqüilidade conformada. Invadia por ali um olhar, um olhar gelado, branco e intocavelmente frio. Ele olhava para ela com uma sacieis que não mitigava em apreciar. Ele sentia na necessidade de um ligeiro olhar, a vontade de tocar. Naquele instante onde o tempo parecia parar, ele a fitou com respeito como quem se olhava. Enxergou uma incógnita impressão de rever seus sentimentos e de alguma forma decifrar o olhar, como se o visse sendo o próprio. Ela navegava tão causal num cenário impróprio, como se ele a acompanhasse por um breve, um brevíssimo olhar. Dobrou a esquina sem ligar o pisca alerta, olhou a e seguiu em frente. Ele andava exausto demais para novas expectativas.

Na esquina, o desencontro.


PS: É interessante, antes de ler esse texto ler os outros dois, http://mclaraclarol.blogspot.com/2009/09/esquina.html e http://mclaraclarol.blogspot.com/2009/09/esquina.html

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

domingo, 25 de outubro de 2009

No sentido literal da palavra... Continue sem entender!

Já dizia alguém, o todo faz o contexto! Interpretar requer possibilidades, não essas que por aí costumam lucrar. Requer possibilidades de gênios! E para os mal entendidos, gênio no contexto não é no sentido literal. Eu gosto do figurativo! Mas vamos voltar aos gênios para então entender as possibilidades no contexto! Não que hoje o contexto dos textos tem que ter alguma lamúria gramatical, mas venho percebendo que muito escrevo, e poucos tenham entendido. No sentindo figurado, astúcia não é para todos! Um dia vou morder a língua com toda essa minha “figuratividade”! Mas quando não entendemos algo é necessário o mínimo de imaginação para não perder o texto, por mais que não se tenha compreendido o contexto! Nós usamos apenas dez por cento da nossa cabeça, e os contextos ficam mais perdidos! As possibilidades chegam através das circunstâncias. O autor não escreve no estável, ele aproveita a ambigüidade das palavras para variar no contexto e confundir o leitor, possibilitando um leque de compreenções. Para os possíveis gênios, sentidos figurativos! Para os leigos, sentidos literais!


Para um bom entendedor, meia palavra basta!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Grandes espetáculos acabam assim...


“Gostaria de agradecer primeiramente pelos 436 indivíduos coletados, por que sem eles, este trabalho não seria realizado”. Não pude findar meu trabalho sem me questionar por que eu estaria ali. Até onde vai nossa vaidade, até onde vendemos tão barato nossos princípios? Lavar as mãos, não é certificar que estejam limpas. Certificado! Como certificar com os olhos vendados? Certificar fatos que não vimos, vai além de ditados populares. “Dentre os lagartos, sempre existe cobras!” ou “desse mato sai cachorro”. Certificou o que? Certificou sentimentos que poupei ou palavras que devorei e verdades mal inventadas? Certificou a imundice que se cala em baixo do tapete? Certificou além das mágoas a ambição de perdoar, sinceramente? Certificou mesmo quando eu refleti em renunciar e resisti para suportar a até a derradeira covardia? Certificou minha paciência? Pois desde já que certifico que certificados não trazem com ele selos de garantia escritos, “Garantido para princípios, responsabilidade e ética!” Certifico caro amigo, que nem todo certificado é genuinamente judicioso e quando se é, chega com ele, um merecido, merecido!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Quando títulos não eram tão importantes!


Eu só queria viver como aos nove anos. Quando eu esperava pelo Natal, com menção de profecias, quando ainda acreditava em gnomos. Quando me contentava em comer doce. Quando doces já não enjoavam. Quando eu não entendia nada sobre faturas de banco, e quando eu me iludia está encrencada. Quando não dormia com medo de caipora, acreditando ser ela meu único medo na vida. Quando tinha medo de morrer, por mais que eu não entendesse a vida! Quando alguém podia me perguntar o que seria quando crescer. Quando eu não me amargaria em acreditar que já sou alguma coisa na vida, mas ainda não me certificaram com: Senhor (a), Maria das Dores “Silvamente” dos Anjos, é agora, alguma coisa na vida, lhes conferindo o poder de morrer em Paz. Quando eu chorava pelos animais falecidos. Quando que acreditava que quando eu crescesse, seria legal conhecer a vida. Quando bastasse um bem-me-quer, para ele gostar de mim. Quando eu sentia vontade de ter 22 anos.

...Meus noves anos tinha cheiro de bolo quente, de papel de presente de natal, de frutinhas para gnomos.

domingo, 18 de outubro de 2009

Haute Cuisine

No cardápio diz, agridoce! Degustar todos os temperos me faz ser vulnerável ao ritmo da vida. Misturar os gostos e quebrar as regras da culinária! Monta um menu, despachar a etiqueta e virar chefe de sua cozinha! Condimentar a existência é a especialidade do chefe. Na vida, aprende-se a acrescentar um cheiro verde, ou ainda ramos de alecrim. Ainda que se apostem todas as essências em um único prato, de perder o ponto ou apimentar demasiadamente, tem-se que está preparado para enfrentar todos os Gourmets da vida. Paladares apuradíssimos estão prontos para detonar seu menu. E combinar os sentimentos certos, equilibrar as temperaturas e provar tudo ao seu tempo, fazem aperfeiçoar uma gastronomia única. Identificar-se com o tempero, é sentir-lo e em sua total degustação. Acertar no tempero da vida necessita-se somente conhecê-los. Experimente, faça da haute cuisine o menu principal da vida!

Entre o Céu e Terra, existe uma certa liberdade

Para que prender-te? Minha fantasia desconhece qualquer lugar capaz de limitar um vôo. Ainda que apenas pareçam portões trancados, livro-me de alguma compostura ou decência. Possuo mais que a liberdade de partir. Tenho motivos para você voltar. Surgir em tua mente uma idéia, mesmo que ilusória, de ir adiante o mais alto possível, atingir a liberdade enquanto fecho os olhos, atrai a idéia de te perder. Não espere que eu te guarde. Sou mais sua, do que você minha. E quando repousares em mim... Partirei com tuas asas.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Você sempre esteve do outro lado.

Você acaba de ir dormir. E igualmente como todas as outras noites, Boa Noite! Quando se faz crepúsculo, silenciosamente ouço pratos e bandolins tocarem. Como você costuma dizer, você possui esse dom. No fim de um dia, em certos serenos e outros agitados, você me toca toda uma orquestra antes de adormecer. Vejo todos os dias o teu rosto puro. Você nunca deixará de ser aquele garoto. Inseparavelmente, crescemos! Em sábados, cozinhamos macarrão à alecrim e brincamos com a comida como saboreamos a vida. Aos domingos, escrevemos e fazemos músicas. Casualmente, em noites esquecidas, lembramos de tomar um vinho. Passam-se os anos, muitos e por vezes perco a conta, desde que nos conhecemos, desde o dia em que passamos a existir mais fortes um para o outro. Quando envelhecermos, como seremos?

Capitu


"And it rips through the silence, all that is left is all that I hide"

O Bloqueio - Por Edson Aran.

Escritor é um bicho muito besta.

Escritores não são pessoas normais feito eu e você. Escritores têm “bloqueio” – um jeito pretensioso de dizer que eles não têm porra nenhuma na cabeça. Você não vê carteiros parados no meio da rua, a mão cheia de envelopes, falando sozinhos: “Não adianta! Por mais que eu entregue cartas, eu jamais farei uma obra-prima! Ou cirurgiões: “Não adianta! Implantar esta ponte de safena não fará de mim um novo James Joyce!”

As pessoas simplesmente fazem. Plantam tomates. Colhem abóboras. Pilotam tratores. Praticam abominações com animais de pequeno porte. Escritor não. Escritor trava. Escritor estanca. Escritor estrila. E aí, meu amigo, não há o que fazer, a não ser, talvez, usar o bloqueio a seu favor e escrever um conto.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ele gosta de Três Corações e eu Santa Clara


Ele é mais que o homem da minha vida, ele é meu melhor amigo Gay, mais macho! Falo três palavrinhas e ele entende tudo e por completo todo o contexto da situação. Ele resolve todos os meus melodramáticos problemas com uma cerveja gelada. Ele diz tudo sobre o carinha com quem quero ficar e levanta meu EGO! Ele diz quem é muita areia pro meu caminhãozinho e ajuda com "Mas vc pode dá varias viagens!" Ele escolhe as roupas com que vou sair, e descobre que sou uma mulherzinha! Ele virou o meu "tríplice mistério do stop" e eu "os pingo da chuva pingando" na vida dele! Amo muito e enquanto viva, ele ainda vai me tirar de muitas enrascadas, afinal de contas, eu só faço isso mesmo! Adoro ser assim, "jeito ruim de ser!"

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Uma melodia chamada KALU


Ele não caiu do céu. Não pediu pra entrar. Não perguntou como seria. Não teve medo de andar no escuro. Soube o que poderia acontecer. Não esperou muito de mim. É muito do que pode ser. Contou piadas e riu da própria desgraça. Fez graça e desfez a cama. Levou-me pra cama e ajeitou meu travesseiro. Não era médico, mas me curou uma gripe. Fazia-se pouco caso, mas éramos quase um caso. Apertou o play sem perguntar se podia começar. Sentou ao meu lado e me fez compania. Não esperei, ele veio. Não espero ficar... Mas já me basta sentir!


Sobre o divã


Atravessou a porta como quem entra em casa, olhou em volta e viu que nada mudou. O sofá marfim, confortavelmente coberto com uma manta que na etiqueta dizia: fabricado em Olinda PE. Percebeu então que o certificado na parede afirmava, xxxxx xxxxxx formada pela Universidade Federal de Pernambuco, intitulava então uma Doutora Náuticana de sangue. Como estão as coisas, xxxxx? Alguém perguntou. Como sempre! Uma frase bastante comum em um diálogo como esses. Ainda que muitas novidades, poucas estaria feliz em contar. Discorria muitas coisas ao mesmo tempo, passagens bem diferentes com sentidos em comum. Enquanto o tempo passava, prendia e soltava os cabelos várias vezes, ela cruzava as pernas até encontrar uma posição um tanto confortável. Relatou que ele foi embora, que talvez estivesse melhor sem ele, já havia pensado como seria perigoso conviver com ele hoje em dia. Saiu de casa, brigou com a família e estava morando temporariamente com uns conhecidos. Tentava explicar como as coisas mudavam sem desfazer sua composição, ...É como água! Sou como a água, preciso de todos os estados, no entanto minha composição continua a mesma. Ainda que em tempos eu seja sólida, em algumas circunstâncias me encontrarei tão frágil quanto líquida, tão insegura como se vaporizada. Dessa vez, quase não falou sobre o passado, relatou muito sobre o hoje. Disse que apesar de tudo, tentava ver as coisas com tranqüilidade. Confessou em um momento que se sentia triste, não por tudo, mas pela família, viver sem ela não faria sentido. Por mais que longe, jamais largaria seu verdadeiro lar, mas poucos entenderiam que mudar nem sempre quer dizer modificar. Ficou minutos em silencio... Com mãos inquietas, fazia e desfazia tranças na franja da manta do sofá. Ela não chorou dessa vez, ela parecia mais aliviada ,entretanto, confusa. Alterou de ar em um instante, balbuciou outras, e já bem no finalzinho, como se negasse concluir sem confessar disse, Conheci alguém bacana! Estamos no mesmo barco... Não sei até quando ele remará comigo, porém aspiro sua compania. E assim cruzou a porta como se estivesse ali não para consultar hipóteses, mas pra olvidar determinadas práticas!