sábado, 31 de outubro de 2009

A woman left lonely


A woman left lonely will soon grow tired of waiting,
She'll do crazy things, yeah, on lonely occasions.
A simple conversation for the new men now and again
Makes a touchy situation when a good face come into your head.
And when she gets lonely, she's thinking 'bout her man,
She knows he's taking her for granted, yeah yeah,
Honey, she doesn't understand, no no no no!
Well, the fevers of the night, they burn an unloved woman.
Yeah, those red-hot flames try to push old love aside.
A woman left lonely, she's the victim of her man, yes she is.
When he can't keep up his own way, good Lord,
She's got to do the best that she can,
yeah!
A woman left lonely, Lord, that lonely girl,
Lord, Lord, Lord!

Janis Joplin - A woman left lonely


Esquina III


Eles se admiraram, e nesse instante, uma densidade de paz se consolidou ingresse a olhares perdidos. Ela reconheceu naquele olhar o preciso baque de ver a si mesmo. Correu em pensamento na fração de segundos, o reflexo da liberdade de provar o intenso momento. Antes mesmo de cruzar a esquina, prontamente ressalvava no ar uma possibilidade de impossível. Uma fronteira para surpreender-se com a imaginação. Ela deparou com ausência da vivacidade no olhar daquela pessoa a sua frente, o mesmo vazio daquela madruga fria. Confrontou-se com mesma solidão do orvalho da manhã. Degustou através somente de um olhar, o gosto amargo do café da manhã. Ela cruzou a esquina e encontrou numa ilusão azul de olhos perdidos, a vontade de seguir adiante. Ela estava atrasada demais para reviver um passado mais que antigo.

Ele velozmente sentia a frieza da manhã que adentrava pela janela do carro. Penetrava ali, não apenas a melancolia da esperança calada, ou a calmaria que afligia a tranqüilidade conformada. Invadia por ali um olhar, um olhar gelado, branco e intocavelmente frio. Ele olhava para ela com uma sacieis que não mitigava em apreciar. Ele sentia na necessidade de um ligeiro olhar, a vontade de tocar. Naquele instante onde o tempo parecia parar, ele a fitou com respeito como quem se olhava. Enxergou uma incógnita impressão de rever seus sentimentos e de alguma forma decifrar o olhar, como se o visse sendo o próprio. Ela navegava tão causal num cenário impróprio, como se ele a acompanhasse por um breve, um brevíssimo olhar. Dobrou a esquina sem ligar o pisca alerta, olhou a e seguiu em frente. Ele andava exausto demais para novas expectativas.

Na esquina, o desencontro.


PS: É interessante, antes de ler esse texto ler os outros dois, http://mclaraclarol.blogspot.com/2009/09/esquina.html e http://mclaraclarol.blogspot.com/2009/09/esquina.html

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

domingo, 25 de outubro de 2009

No sentido literal da palavra... Continue sem entender!

Já dizia alguém, o todo faz o contexto! Interpretar requer possibilidades, não essas que por aí costumam lucrar. Requer possibilidades de gênios! E para os mal entendidos, gênio no contexto não é no sentido literal. Eu gosto do figurativo! Mas vamos voltar aos gênios para então entender as possibilidades no contexto! Não que hoje o contexto dos textos tem que ter alguma lamúria gramatical, mas venho percebendo que muito escrevo, e poucos tenham entendido. No sentindo figurado, astúcia não é para todos! Um dia vou morder a língua com toda essa minha “figuratividade”! Mas quando não entendemos algo é necessário o mínimo de imaginação para não perder o texto, por mais que não se tenha compreendido o contexto! Nós usamos apenas dez por cento da nossa cabeça, e os contextos ficam mais perdidos! As possibilidades chegam através das circunstâncias. O autor não escreve no estável, ele aproveita a ambigüidade das palavras para variar no contexto e confundir o leitor, possibilitando um leque de compreenções. Para os possíveis gênios, sentidos figurativos! Para os leigos, sentidos literais!


Para um bom entendedor, meia palavra basta!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Grandes espetáculos acabam assim...


“Gostaria de agradecer primeiramente pelos 436 indivíduos coletados, por que sem eles, este trabalho não seria realizado”. Não pude findar meu trabalho sem me questionar por que eu estaria ali. Até onde vai nossa vaidade, até onde vendemos tão barato nossos princípios? Lavar as mãos, não é certificar que estejam limpas. Certificado! Como certificar com os olhos vendados? Certificar fatos que não vimos, vai além de ditados populares. “Dentre os lagartos, sempre existe cobras!” ou “desse mato sai cachorro”. Certificou o que? Certificou sentimentos que poupei ou palavras que devorei e verdades mal inventadas? Certificou a imundice que se cala em baixo do tapete? Certificou além das mágoas a ambição de perdoar, sinceramente? Certificou mesmo quando eu refleti em renunciar e resisti para suportar a até a derradeira covardia? Certificou minha paciência? Pois desde já que certifico que certificados não trazem com ele selos de garantia escritos, “Garantido para princípios, responsabilidade e ética!” Certifico caro amigo, que nem todo certificado é genuinamente judicioso e quando se é, chega com ele, um merecido, merecido!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Quando títulos não eram tão importantes!


Eu só queria viver como aos nove anos. Quando eu esperava pelo Natal, com menção de profecias, quando ainda acreditava em gnomos. Quando me contentava em comer doce. Quando doces já não enjoavam. Quando eu não entendia nada sobre faturas de banco, e quando eu me iludia está encrencada. Quando não dormia com medo de caipora, acreditando ser ela meu único medo na vida. Quando tinha medo de morrer, por mais que eu não entendesse a vida! Quando alguém podia me perguntar o que seria quando crescer. Quando eu não me amargaria em acreditar que já sou alguma coisa na vida, mas ainda não me certificaram com: Senhor (a), Maria das Dores “Silvamente” dos Anjos, é agora, alguma coisa na vida, lhes conferindo o poder de morrer em Paz. Quando eu chorava pelos animais falecidos. Quando que acreditava que quando eu crescesse, seria legal conhecer a vida. Quando bastasse um bem-me-quer, para ele gostar de mim. Quando eu sentia vontade de ter 22 anos.

...Meus noves anos tinha cheiro de bolo quente, de papel de presente de natal, de frutinhas para gnomos.

domingo, 18 de outubro de 2009

Haute Cuisine

No cardápio diz, agridoce! Degustar todos os temperos me faz ser vulnerável ao ritmo da vida. Misturar os gostos e quebrar as regras da culinária! Monta um menu, despachar a etiqueta e virar chefe de sua cozinha! Condimentar a existência é a especialidade do chefe. Na vida, aprende-se a acrescentar um cheiro verde, ou ainda ramos de alecrim. Ainda que se apostem todas as essências em um único prato, de perder o ponto ou apimentar demasiadamente, tem-se que está preparado para enfrentar todos os Gourmets da vida. Paladares apuradíssimos estão prontos para detonar seu menu. E combinar os sentimentos certos, equilibrar as temperaturas e provar tudo ao seu tempo, fazem aperfeiçoar uma gastronomia única. Identificar-se com o tempero, é sentir-lo e em sua total degustação. Acertar no tempero da vida necessita-se somente conhecê-los. Experimente, faça da haute cuisine o menu principal da vida!

Entre o Céu e Terra, existe uma certa liberdade

Para que prender-te? Minha fantasia desconhece qualquer lugar capaz de limitar um vôo. Ainda que apenas pareçam portões trancados, livro-me de alguma compostura ou decência. Possuo mais que a liberdade de partir. Tenho motivos para você voltar. Surgir em tua mente uma idéia, mesmo que ilusória, de ir adiante o mais alto possível, atingir a liberdade enquanto fecho os olhos, atrai a idéia de te perder. Não espere que eu te guarde. Sou mais sua, do que você minha. E quando repousares em mim... Partirei com tuas asas.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Você sempre esteve do outro lado.

Você acaba de ir dormir. E igualmente como todas as outras noites, Boa Noite! Quando se faz crepúsculo, silenciosamente ouço pratos e bandolins tocarem. Como você costuma dizer, você possui esse dom. No fim de um dia, em certos serenos e outros agitados, você me toca toda uma orquestra antes de adormecer. Vejo todos os dias o teu rosto puro. Você nunca deixará de ser aquele garoto. Inseparavelmente, crescemos! Em sábados, cozinhamos macarrão à alecrim e brincamos com a comida como saboreamos a vida. Aos domingos, escrevemos e fazemos músicas. Casualmente, em noites esquecidas, lembramos de tomar um vinho. Passam-se os anos, muitos e por vezes perco a conta, desde que nos conhecemos, desde o dia em que passamos a existir mais fortes um para o outro. Quando envelhecermos, como seremos?

Capitu


"And it rips through the silence, all that is left is all that I hide"

O Bloqueio - Por Edson Aran.

Escritor é um bicho muito besta.

Escritores não são pessoas normais feito eu e você. Escritores têm “bloqueio” – um jeito pretensioso de dizer que eles não têm porra nenhuma na cabeça. Você não vê carteiros parados no meio da rua, a mão cheia de envelopes, falando sozinhos: “Não adianta! Por mais que eu entregue cartas, eu jamais farei uma obra-prima! Ou cirurgiões: “Não adianta! Implantar esta ponte de safena não fará de mim um novo James Joyce!”

As pessoas simplesmente fazem. Plantam tomates. Colhem abóboras. Pilotam tratores. Praticam abominações com animais de pequeno porte. Escritor não. Escritor trava. Escritor estanca. Escritor estrila. E aí, meu amigo, não há o que fazer, a não ser, talvez, usar o bloqueio a seu favor e escrever um conto.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ele gosta de Três Corações e eu Santa Clara


Ele é mais que o homem da minha vida, ele é meu melhor amigo Gay, mais macho! Falo três palavrinhas e ele entende tudo e por completo todo o contexto da situação. Ele resolve todos os meus melodramáticos problemas com uma cerveja gelada. Ele diz tudo sobre o carinha com quem quero ficar e levanta meu EGO! Ele diz quem é muita areia pro meu caminhãozinho e ajuda com "Mas vc pode dá varias viagens!" Ele escolhe as roupas com que vou sair, e descobre que sou uma mulherzinha! Ele virou o meu "tríplice mistério do stop" e eu "os pingo da chuva pingando" na vida dele! Amo muito e enquanto viva, ele ainda vai me tirar de muitas enrascadas, afinal de contas, eu só faço isso mesmo! Adoro ser assim, "jeito ruim de ser!"

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Uma melodia chamada KALU


Ele não caiu do céu. Não pediu pra entrar. Não perguntou como seria. Não teve medo de andar no escuro. Soube o que poderia acontecer. Não esperou muito de mim. É muito do que pode ser. Contou piadas e riu da própria desgraça. Fez graça e desfez a cama. Levou-me pra cama e ajeitou meu travesseiro. Não era médico, mas me curou uma gripe. Fazia-se pouco caso, mas éramos quase um caso. Apertou o play sem perguntar se podia começar. Sentou ao meu lado e me fez compania. Não esperei, ele veio. Não espero ficar... Mas já me basta sentir!


Sobre o divã


Atravessou a porta como quem entra em casa, olhou em volta e viu que nada mudou. O sofá marfim, confortavelmente coberto com uma manta que na etiqueta dizia: fabricado em Olinda PE. Percebeu então que o certificado na parede afirmava, xxxxx xxxxxx formada pela Universidade Federal de Pernambuco, intitulava então uma Doutora Náuticana de sangue. Como estão as coisas, xxxxx? Alguém perguntou. Como sempre! Uma frase bastante comum em um diálogo como esses. Ainda que muitas novidades, poucas estaria feliz em contar. Discorria muitas coisas ao mesmo tempo, passagens bem diferentes com sentidos em comum. Enquanto o tempo passava, prendia e soltava os cabelos várias vezes, ela cruzava as pernas até encontrar uma posição um tanto confortável. Relatou que ele foi embora, que talvez estivesse melhor sem ele, já havia pensado como seria perigoso conviver com ele hoje em dia. Saiu de casa, brigou com a família e estava morando temporariamente com uns conhecidos. Tentava explicar como as coisas mudavam sem desfazer sua composição, ...É como água! Sou como a água, preciso de todos os estados, no entanto minha composição continua a mesma. Ainda que em tempos eu seja sólida, em algumas circunstâncias me encontrarei tão frágil quanto líquida, tão insegura como se vaporizada. Dessa vez, quase não falou sobre o passado, relatou muito sobre o hoje. Disse que apesar de tudo, tentava ver as coisas com tranqüilidade. Confessou em um momento que se sentia triste, não por tudo, mas pela família, viver sem ela não faria sentido. Por mais que longe, jamais largaria seu verdadeiro lar, mas poucos entenderiam que mudar nem sempre quer dizer modificar. Ficou minutos em silencio... Com mãos inquietas, fazia e desfazia tranças na franja da manta do sofá. Ela não chorou dessa vez, ela parecia mais aliviada ,entretanto, confusa. Alterou de ar em um instante, balbuciou outras, e já bem no finalzinho, como se negasse concluir sem confessar disse, Conheci alguém bacana! Estamos no mesmo barco... Não sei até quando ele remará comigo, porém aspiro sua compania. E assim cruzou a porta como se estivesse ali não para consultar hipóteses, mas pra olvidar determinadas práticas!

Esquina II

Ascendeu o cigarro para aquecer a boca da noite e esfriar o pensamento. Sentou-se no botequim, intui não ser o único privilegiado ali com desgostos da vida. Pediu um domec com apenas uma pedra de gelo, molhou o cotovelo no balcão que aparentou estar mais encharcado do que as queixas que deixou correr no rosto. Vestia calças de linho e uma blusa azul de botões. Enquanto acomodou-se em um banco desconfortável, retirou seu chapéu, e com a manga da blusa, enxugou a madeira do balcão, colocou o ao lado direito. Suas bebidas favoritas sempre foram drinques gelados, hoje, precisou da efervescência cáustica para aquecer a idéia. Sempre um homem correto, pagava seus impostos e assistia desfiles da independência. Aos domingos, gostava de escrever musicas que recebia melodias em dias de feriados. Da rua onde morava, sabia-se apenas que era um moço jovem, trabalhava muito e cuidava dos crisântemos da varanda. Naquela madrugada, tragou mais que fumou e soluçou mais do que bebeu. Saiu do bar mais que atônito, entrou no carro, esqueceu de ligar os faróis, esqueceu o chapéu no botequim, esqueceu de ligar a seta, e cruzou a esquina.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Ela não sabe dos meus medos


Ela não sabe o quanto a amo! O quanto esta mistura de personalidades forte e sutil me põe medo. Ela não sabe que por esse carisma, meço as palavras que dirijo em direção a suas atitudes tão seguras de outros, e duvidosas de si mesma. Talvez ainda não tenha escrito nada sobre essa pessoa notável, não pela importância, mas pelo duelo de adjetivos que faria ainda em papel branco. “Embaraçado e embaralhado, embaraçalhado...” Ela não sabe que por não a entender, não compreendo suas argumentações. Não sigo seu ritmo e não compasso no passo de sua dança. Mas admiro a sua aventura de errar e os contrapontos quando acerta. Ela não sabe que temo ainda maior, o perigo da queda. Que ainda não sei quando a criança se disfarça de mulher, nem quando a mulher se fantasia de criança. Por não desvendar qual personalidade se encontra, em tempo integral, tento protegê-la. Talvez a sufoque, talvez a irrite, talvez não me compreenda e quiçá eu saiba o que passa em sua cabeça. A cima de tudo, a temo, pois pra mim, ela sempre será minha irmã mais nova, aquela que não quero que nada de mal aconteça, que nenhuma ignorância humana machuque-a. Ela não sabe dos meus medos!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Clara, Claro e Obscura

Por tanta Claridade em mim, me canso! Às vezes, o obscuro é mais intenso. Guiar os pés firmes em algum caminho claro não seria tão vantajoso para o enigma da existência, como perder o passo no hermético da vida. Ainda na Claridade da formosura de ser, a lucidez de compreender o exato caminho. Modificar os anseios em verdadeiras batalhas de conformidade! Recuso-me a essa harmonia imaginária, eu quero o abstrato do real!

ps: Quadro de Edward Hopeer

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A Varanda

Em meio a dramas que poderiam surgir em minha mente, ou circunstâncias interessantes já vividas, procuro uma inspiração para escrever. Mergulho em lembranças, algumas que hesitaram em sair da memória outras que teimosamente torno em lembrar. Por fim uma cena! Uma sacada com vista para rua de minha mocidade. Lá tem um moço um tanto enigmático, que meio perdido, se encontra nos pensamentos. De longe, percebo até onde divaga aquela mente. Até ontem ele consegue enxergar e até onde ele gostaria de ir. Da varanda, se avista a curiosidade, o interesse em descobrir certos gostos, certas vontades ou até raras malicias!

sábado, 3 de outubro de 2009

Quando a gente menos espera...


O mundo corre! E mesmo que tentamos ficar estagnados, somos mais que cobaias, somos cúmplices e vitimas de nossos próprios desígnios. Ainda assim, o surpreendente me alcança! Hoje a noite foi bem estrelada e fazia lua cheia!