sábado, 30 de janeiro de 2010

"E o que eu era eu não sou mais e não tenho nada pra lembrar..."


Você não faz idéia de como é triste ser quem eu sou. De ter que se esquecer de quem eu fui até a noite anterior. De ter que não ser quem eu vi diante ao espelho. Como é triste chegar e deixar a mascara e esquecer seu papel. Não se lembrar da fala e morrer a cada dia em que seu personagem vive. Você não faz idéia de como é difícil ser quem eu sou sem deixar sair de mim palavras que eu sinto, as idéias que eu crio e as vontades que tenho. Você não tem noção de como é sufocante escrever para poder existir, pois só nesse estado contextualizado eu deixo de fingir e passo a ser. Escrever é a melhor maneira de calar o que sinto e poder sentir o que verdadeiramente sou!

Quem pensa por si mesmo é livre. E ser livre é coisa muito séria. Não se pode fechar os olhos, não se pode olhar pra trás sem se aprender alguma coisa pro futuro...


Eu vou pela porta da frente...


Saí de casa. E levei nas malas velhas fotografias de quando ainda na meninice, brincava de desobediência. Carreguei comigo quartos vazios, que abrigavam uma alma aflita de pensamentos solitários. Guardavam palavras mudas, de poucas falas. Arquitetura com paredes fortes que só com as minhas tempestades elas se desmoronavam. Eu trouxe comigo essa expressão na cara de quem vai conhecer o mundo, de quem vai subir os muros e extravasar a alma. Eu me vestir como desbravador de sentidos e coloquei nas malas uma bússola sem Norte ou Sul, sem ponto de chegada e hoje, eu faço questão de esquece até então, o ponto de partida! Eu deixei, porém sei do perigo, as falhas que não corrigir quando errei, ou quando achei de havia errado. Deixei o silencio pelos corredores quando no momento certo, era o segundo do meu grito, e calei! Eu deixei uma pessoa que fui, uma pessoa que deixei de ser e uma pessoa que não vão encontrar jamais...


E eu que tantos fui, talvez não seja nenhum, como agora sou!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Conceitos contextualizados


São duas horas da manhã. Rasguei os documentos e abri uma taça de vinho seco. Não sei onde eu deixei os saltos, mas lembro que sujei o longo com molho de roquefort. No caminho de volta, joguei os meus anéis no mar, os rubis, as perolas e as pedras que me fizeram carregar até agora! Essa que pesam nos dedos, nas mãos, essas que me ofuscam. Lavei a maquiagem e quero a parti de agora fazer carnaval só em meu calendário. Vou me despi dessa fantasia, vou deixar a alegoria! Já são duas horas da manhã e que se dane o meu francês, eu quero as cores do carnaval!

J'ai laissé tomber avec ma solitude mes et des ots vides...



terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Essas, Como uma canção de jingle feliz!


Com respeito as minhas dores, vamos fazer uma oração para que todos os corações não cicatrizados sarem! Vamos guardar os nossos lenços cheios de magoas e vamos cantar alguma canção com um jingle feliz, aquele do Mr. Tambourine Man. Em vez de ler poemas tristes e cartas de despedidas, vamos aproveitar o pôr do sol e caminhar juntos falando sobre o tempo de escola. Beberemos um vinho sem safra e brindaremos aos nossos pais. Quando chegar a noite, vamos observar as estrelas e nomear as desconhecidas. Quem saber fumar um cigarro. E para encerrar a noite, vamos voltar para casa, deitar na cama e fazer uma oração pelos corações que batem não por estarem vivos, mas por ainda terem esperanças.

"Though you might hear laughin', spinnin', swingin' madly acrossthe sun, It's not aimed at anyone... And if you hear vague traces of skippin' reels of rhyme. To your tambourine in time, it's just a ragged clown behind... It's just a shadow you're, Seein' that he's chasing."

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Ela se casou com o tempo e eu pretendo conjugar os verbos!


Uma mulher grita dentro de mim! Ela me veste de branco e torna tudo ao meu redor mais colorido. Ela tampa meus ouvidos quando grita, e quando eu grito, ela vira o rosto! Ela ver a realidade quando eu adormeço, e quando eu sonho, ela brinca com as flores... Assim eu acordo mais tranqüila! Essa mulher que eu não reconheço, tem meus olhos e tem minhas mãos. Carrega com ela o mundo nas costas. E corre, quando eu brinco com o mundo! Ela diz que as minhas vontades não passam de seus bel-prazeres. Que controla minhas iras, no entanto perde o controle quando eu amo! Pois o que ela ama, já foi meu, e o que eu amo, nunca pertencerá a ela. Eu a chamo de brilho Claro, ela me chama de silenciosa Lira!

“... E que o mesmo signo que eu tento ler e ser, é apenas um possível ou impossível em mim em mil”

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Enquanto eu lia o Neruda, Fui poema e prosa


“Para nascer, nasci!” Acabo de me reconhecer, acabo de achar meus pensamentos em outros poemas. Li o que penso em frases que não foram minhas e descobri que eu sinto em poema e prosa! Será eu, fazedora de poemas? Diante à Fumaça do Neruda, li o que é escrever sem intenção, sem admitir poemas e expor prosas, eu compreendi a fantasia e me deixei acreditar, “... esse cão é exato e real, e nunca mudará sua caminhada imaginária”. Viro mais uma pagina deste livro empoeirado e encontro o que completa qualquer imaginação, a melodia! “Parece que forçoso pôr um pouco de música entre essas letras que atiro ao acaso no papel.” Quem escreve, não apenas combina os verbos e escolhe o sentimento, ele dança suavemente uma valsa entre as letras, atirando as palavras no ritmo que a própria imaginação compassa.

Enquanto devorava as palavras, eu me reconhecia nos poemas e prosas do Neruda!

Sentirei saudade! Te amo. Com carinho, Rê =)


Você ainda não sabe, mas acabo de te deixar. Nesse exato momento, estou separando os nossos discos, você pode ficar com a coleção do Boscoli, mas não abrirei mão de Let It Be dos Beatles! Pensei em antes de te deixar, escrever esta carta com algumas palavras! Um bilhete azul na geladeira falando apenas que só futuramente é que vamos entender o que aconteceu! Mas isso não seria um lembrete, isso seria uma despedida! Em cima da mesa do jantar deixei a coleira da Nina e cartão da vacina, lembre-se que próxima semana tem campanha contra a raiva. Já coloquei a ração e agüei o Lírio do jardim! Se sentir a falta do outro travesseiro é que levei comigo, irei estranhar dormir em outro! Troquei os lençóis da cama como pode reparar! O retrato do nosso casamento que ficava no criado mudo, eu levarei comigo. Estávamos felizes e sentíamos que éramos para sempre! Procurei um alguma outra fotografia importante para substituí-la e achei a do dia de sua formatura, lembrei que no mesmo dia completávamos quatro anos de namoro. Antes que você procure a margarina, ela vai está sempre na segunda prateleira do lado esquerdo na porta da geladeira e o leite, é preciso ferver todas as manhãs. O café que você costuma tomar é Santa Clara e vende no mercadinho ao lado de casa. É preciso agora que você estará só, apenas duas colheres rasas para ficar do jeito que você gosta! Dia 13 chegará uma caixa com aquela luminária indiana que compramos na internet semana passada. Já paguei o boleto e te deixo de presente como nossa ultima aquisição juntos. Falando em bens, os mesmos que não temos... Peguei o Fusca emprestado e te devolvo em duas semanas, é só o tempo de arranjar um lugar bacana pra eu ficar! Não se preocupa que ficarei de olho na temperatura e antes de pegar a estrada, trocarei o óleo. Estou deixando na gaveta da bancada as contas da luz e a ultima parcela do Celta. Cuida bem da Nina, dos Lírios e de você... Sentirei saudade! Te amo. Com carinho, Rê =)

domingo, 17 de janeiro de 2010

Des-con/centra... Ação!


Desliguem todas as luzes, preciso escrever, agora! Calem as bocas e esqueçam os intervalos! Eu não sei escrever sobre o silencio das palavras que gritam aos meus ouvidos. Vou chutar as palavras sem raciocínios lógicos e vou desafiar o Zen de toda essa tal de Yoga! Os passos pela casa movimentam fúrias e quebram meus verbos. O cheiro, o mau cheiro, impregna meu discurso e quando narro, vejo sentimentos poluídos. Os meus poemas eu vendo barato, mas não me peça que eu fale desse significado mudo, desse grito calado!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

14.01.2010 * O dia em que na primeira tacada, coloquei uma bola!


Eu ganhei “vinte e nove amigos”! Ganhei uma partida de sinuca! Eu ganhei até dois amigos desconhecidos que me deram a impressão de velhos amigos! Eu ganhei uma pulseira feita somente pra mim! E me presentearam com cervejas geladas e acontecimentos escancarados! Ganhei vinte e três anos na cara e um sorriso de criança! Desembrulhei uma família fabulosa e uma caçula crescida! Dei tacadas na mesa de sinuca que Deus duvida e tomei atitudes na vida que o diabo gosta! Fui anjo e me apresentaram como “ela é pirada assim mesmo!” Conheci controles e alcancei insanidades confortantes! Fiquei mais velha e descobri que vou demorar pra deixar de ser essa criança!

ps: Na primeira tacada fiz um pedido e minha bola entrou!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Aos vinte e três anos!


Em apenas um ano, não é possível perceber o quanto amadurecemos. Um ano é pouco para reconhecermos nossos verdadeiros amigos. Não é suficiente para percebermos quando tomamos atitudes corretas, quando erramos e quando por sorte, acertamos! Em um ano, não descobrimos a nossa musica favorita e nem nossos sonhos ideais. Não realizamos nossos desejos e nem chegamos onde queríamos. Com apenas um ano, não estamos preparados para todas as verdades e nem amamos como um amor maior! Não adoramos nossas divindades em apenas um ano e nem planejamos melhor o nosso futuro! Não fazemos tudo que queríamos em um ano e nem nos desfazemos de nossos medos. Um ano é pouco pra amarmos verdadeiramente, para sorrir com felicidades puras, para sonharmos com fatos reais e para agirmos corretamente! Com apenas um ano não viríamos em cada cor diferente Clara tentando Clarividênciar almas Claras! Entretanto quem sabe, com vinte e três anos aprendemos alguma coisa sobre tudo isso!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Depois de você


Poupei-me do cansaço! Não fui a lugar algum, pois teria que voltar se eu fosse! Teria que arranjar tempo para ir, este que me correm tão lentamente que quase não me sobram segundo para prolongar. Ainda que, se eu tivesse a audácia de ter ido, não me atreveria a ter voltado. Teria que deixar um pouco de mim justo agora que minha egocêntrica face encontra-se limitada! Poupei-me das palavras! Não escrevo já faz dias, e não que minhas palavras tenham se calado, mais pelo silencio do cansaço por escrever sem muitas rimas! O que me enfada não são as vírgulas nem as aspas, é pobre escrita! Não vou falar nem tão pouco dos sentimentos que me poupei... Se não cheguei a ir por medo de voltar e nem tive coragem de quebrar o silencio com as minhas próprias palavras, eu não sentir para poder guardar o que sobrou depois de ti!

"Estou me guardando para quando o carnaval chegar!"

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Eu vou abortar!


Quero me livrar dos conceitos baratos e quero cuspir na estúpida sensação de rebeldia que ainda agride a minha oposição. Vou trapacear os meus próprios planos e atacar as tropas com os olhos vendados. Porém, vou me acometer com soldadinhos de chumbo e com canções de paz! Entregarei a bandeira branca quando senti que fui ferido o suficiente pra guardar das minhas guerras, as cicatrizes. Vou amar uma menina que me faça de bobo e que use flores no cabelo. Que me faça um filho, um que não seja o filho que fui e um que não seja o pai que não tive! Quando eu amarrar os cadarços, vou mostrar como eu fui pro Vietnam sem cruzar a esquina. Eu vou ler os dicionários e vou entender mais sobre essa tal covardia de abortar os sonhos e desfazer os castelos!

As mesmas novidades que eu nunca disse!


Estou juntando dinheiro para levar o meu computador ao concerto. A tela meio que falha, meio que escurece, e justo agora que costumo escrever sobre felicidade. Ainda não me decidir sobre a cor do meu cabelo. Se branco, preto, marrom ou se louro Claro! Já cortei e agora que radicalizei a cabeça, a cor não importa tanto, um mocinho até disse que eu ficava sexy de cabelo curtinho. Convenci-me que definitivamente perdi minha correntinha mais querida pra alguém que não entende muito de valores. Tentei substituir o amuleto por uma pérola que carrego comigo hoje, mesmo não sendo a mesma coisa! Penso, vão os anéis e ficam-se os dedos! Vai que eu precisava de novas proteções... Estou com o saldo negativo no banco e percebo que enriqueço de alegrias! As musicas dos Beatles soam mais felizes! Resolvi que não quero ser dona de bar, não quero obedecer as regras da sociedade, não quero parar de beber e não quero economizar palavras. Ainda leio bulas de remédios, ainda não contei a minha mãe que tenho uma tatuagem e ainda acredito que gnomos existam. Eu vou continuar juntando dinheiro pra os futuros concertos de computadores, eu vou continuar escrevendo sobre a felicidade e quem sabe, eu futuramente tenha um filho!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Como uma poesia, Eu Te Amo!


Antes da pretensão de dizer, foi dito. Quando eu ainda nomeava a palavra, alguma que ainda nunca dita, ele ouviu o sentimento! Interpretou-me com olhos atinados antes mesmo de me fugir da boca o veredicto! E quando, por timidez quem sabe, engoli a pequena frase que deveria dali sair, ele entendeu o sentido e subentendeu o silencio. Riu e se fez de pouco percebido! Minutos depois do mal falado, nos entreolhamos, calamos, tragamos e lançamos... Fugia-se de nossas bocas. Amamos!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Minha casa feita de papel, e de pau e pedra


Eu moro onde me cabe, e pinto as minhas paredes quando ofereço cores e quando canso das palavras. Eu escondo os significados numa caixa de madeira. A mesma feita de pau, a mesma feita de graveto que lenha as minhas fogueiras, que fazem as minhas portas e que sustentam as minhas pobres e pálidas folhas brancas! Eu decoro as palavras mudas e desenho contextos desconfigurados!

domingo, 3 de janeiro de 2010

Móveis de Poesia

Vou aproveitar o silencio em casa e organizar as idéias. Mudar os cômodos e arrastar esses móveis! Trocarei os cetins por organzas Claras! Pintarei estas paredes que por noites me domaram, e agora, dependuram quadros! Estenderei meu tapete vermelho pelo logo corredor. Gosto de correr durante a noite por ele, é extenso e frio! Trocarei os livros de lugar e seguirei uma ordem que não obedece a autor, gêneros e nem romances, ficharei o sentimentos que tive enquanto os lia! Jogarei todos os meus troféus e medalhas fora, já não os servem mais! Virei campeã de minha própria maratona! Vou bagunçar os armários para me despir dos meus preconceitos. Limpareis as janelas de modo que apenas eu veja o que se passa lá fora. E assim sendo, poucos irão ver do lado de fora o que existe dentro de mim. Vou aproveitar o silencio em casa, e mudar os meus conceitos!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Promessas que inventamos, juras que não cumprimos!


Este ano, prometo desenhar nas calçadas com giz de cera e com cores vivas! Prometo calar só depois que a palavra pular da boca e os sentidos forem desconfigurados! Quero fazer das coisas que imagino minha principal realidade, e das minhas verdades, pura ficção! Quero revelar minha vaidade e mascarar os meus desfeitos! Vou subir alto uma torre de medos e escalar os pensamentos. Irei aprender um instrumento se um dia eu sentir o meu próprio silêncio. Voltarei a escrever pros amigos e quem sabe iniciar um livro. Vou burlar receitas para alucinar os desiludidos. Vou plantar um arvore e vou colher as minhas ervas, essas que nascerão das minhas mãos e germinarão das minhas costelas! Ouvirei a Legião para escrever sobre meu exército! Este ano, não vou jurar as promessas impossíveis, mas vou prometer o inverso do que falo com línguas estrangeiras!